"Candidatos explicam polêmicas do debate: 'gesso cenográfico', exame toxicológico e boletim de ocorrência da esposa."
- Miguel Alvares
- 4 de out. de 2024
- 3 min de leitura
O final do debate promovido pela TV Globo foi marcado por uma série de alfinetadas dos candidatos à Prefeitura de São Paulo contra os adversários.
Durante o encontro, a candidata Tabata Amaral (PSB) disse que Pablo Marçal (PRTB) está há três semanas usando um "gesso cenográfico" na campanha, em virtude da cadeirada que ele tomou do encontro da TV Cultura, em 15 de setembro.
Na saída do evento da TV Globo, Marçal ironizou a fala de Tabata e questionou se agora ela também era formada em medicina.
“A [Tabata] Claudia agora é doutora formada em Harvard em medicina também? Deve ser, né?! Cláudia, senta lá... Eu espero que ela nunca leve uma cadeirada de um cara igual o Datena. Simplesmente não tem o que falar daquela tentativa de homicídio. Se ele tivesse uma arma, ele não ia atacar, ele ia atirar. Porque o problema não são as armas, são as pessoas que não têm inteligência emocional”, declarou.
Marçal também disse que vai tirar o gesso nesta sexta-feira (4), fazendo uma reavaliação com o ortopedista que cuida dele desde a agressão.
Já Tabata, por sua vez, repercutiu a frase dita por Marçal no debate, que afirmou que a adversária tem “síndrome de Ciro Gomes”, que “acha que vence todo mundo no segundo turno, mas não tem votos para chegar lá”.
“Eu acho bonito que todo mundo é machão, todo mundo fala grosso, mas ninguém consegue fazer o embate de ideias. Sou a única que esteve nos 11 debates [da campanha] porque muito machão fugiu. (...) Agora, acho bonita essa postura de achar que a mulher seja sempre coadjuvante. É a mesma expectativa que a sociedade infelizmente tem sobre a gente [mulheres]. E em relação a Pablo Marçal, eu sempre vou responder: ele tem esse tamaninho para mim. Um cara condenado, que fez parte de uma das maiores quadrilhas de fraudes bancárias, nem deveria ser candidato a prefeito”, afirmou a candidata do PSB.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, também comentou o assunto do boletim de ocorrência que a esposa dele - Regina Carnovale Nunes - registrou em 2011, acusando o marido de ameaças.
O assunto foi mencionado no debate por Marçal, que foi classificado pelo prefeito como um oponente "malvado".
“Não é que eu respondi mais diretamente, ele fez uma estratégia maldosa. Eu não consigo fazer essas maldades, não é do meu perfil de, no final, ele colocar, sem eu ter tempo de volta [para responder]. E eu usei dos meus dois minutos, que eram as considerações finais. Que eu queria fazer, mensagem, falar do voto útil… Foi um problema de 14 anos atrás. Quem leu o BO, vocês devem ter lido, está aqui a minha esposa. Não fala em agressão física, querem colocar uma história que não é, forjar uma situação de que houve uma agressão física", disse Nunes.
"Nós ficamos realmente um período separado. O que está escrito no BO foram ligações e mensagens. Nunca levantei um dedo para minha esposa e para mulher nenhuma. Vocês me conhecem. Eu amo a Regina. Ainda bem que o nosso amor superou tudo isso. Tenho três filhos lindos, já falamos 500 vezes isso. Temos 3 filhos, um neto. A gente vive superfeliz, a gente se ama e é isso. E o ruim que as pessoas ficam utilizando essas questões", completou.
Durante o debate, Boulos afirmou ter feito um exame toxicológico após Marçal se referir a ele como usuário de cocaína, em diversas oportunidades ao longo da campanha, sem nunca apresentar comprovação.
O exame para cocaína feito no laboratório Fleury também foi publicado nas redes sociais do psolista durante o debate da TV Globo.
"Eu já imaginava que essa acusação pudesse vir hoje, inclusive, com um potencial de dano eleitoral real. Por isso, decidi acabar de uma vez por todas com essa farsa. Vocês acompanharam a primeira vez que o Pablo Marçal mentiu dizendo isso. Eleição não daria tempo de a gente desmentir se ele reafirmasse a mentira e a fake news, como fez. Por isso a decisão da nossa campanha de fazer o exame e mostrar que quem rebaixa o debate é quem trabalha com mentira", afirmou o candidato do PSOL.
Ao deixar a emissora, Datena citou a importância da imprensa durante o processo eleitoral e classificou o debate como "mais ou menos legal".
Afirmou que o início do encontro foi democrático, mas caminhou para embates mais acalorados, com ataques pessoais.
O apresentador se mostrou conformado com a possibilidade de não chegar ao segundo turno, disse que os números das urnas podem surpreender e reconheceu que não apresentou sua melhor versão como comunicador e como candidato.
Comentários